01 ABR 2021

Artigo Pe. Maycon | A morte não é nada!

Irmãos e irmãs, após a caminhada quaresmal, celebraremos a festa da Páscoa do Senhor, neste ano no dia 4 de abril. É pela Páscoa que nós somos salvos, é pela Páscoa que nós somos cristãos, e podemos, com certeza, nutrir a esperança para esta vida e para a vida eterna.

O Filho de Deus, por amor à humanidade, na sexta-feira santa, é pregado na cruz, pois “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Jesus sai deste mundo e entra na morte. Jesus, “abaixou-se, tornando-se obediente até a morte, e morte sobre uma cruz” (Fl 2,8). Jesus desce até o mais baixo que o homem pode descer para resgatar a ovelha perdida.

No sábado, Jesus permanece na mansão dos mortos. Mas na madrugada do terceiro dia, isto é, no domingo, o Pai derrama o seu Espírito Santo sobre o corpo humano e sobre a alma humana do seu Filho, e o enche do Espírito Santo. O Pai diviniza, injeta a vida divina, glorifica o Filho. O Filho sai da morte e entra na plenitude do Pai. Esta é a Páscoa do Senhor: sua ressurreição! A morte já não o mata mais, pois Ele a venceu!

E o que isso tem a ver conosco? Diz a Escritura: “e se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vós, aquele que ressuscitou Cristo Jesus dentre os mortos dará vida também a vossos corpos mortais, mediante o seu Espírito que habita em vós” (Rm 8,11). A promessa é que também nós ressuscitaremos com Cristo, e com ele estaremos eternamente, pois Ele diz: “vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também” (Jo 14,3b).

Por isso a Páscoa é a certeza de nossa vitória em Cristo Jesus; vitória essa que destrói para sempre a morte, nossa última inimiga. A morte, como a conhecemos, tem um gosto amargo, um aspecto de separação e de tristeza. Isso acontece por causa do pecado. Como diz São Paulo, “o salário do pecado é a morte (Rm 6,23).

Nós sabemos que Deus criou o ser humano com uma natureza mortal. Não sabemos como seria exatamente se o ser humano não tivesse pecado. Isso só Deus sabe. Mas “o pecado entrou no mundo e, pelo pecado, a morte, assim a morte passou para todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5,12). Mas Deus, que não criou o ser humano para a morte, veio resgatá-lo, enviando o seu próprio Filho para morrer por nós.

Santo Ireneu fala que Deus fez cessar a morte porque o pecado estava reinando. Por isso, Deus colocou a morte, para que o homem morresse para o pecado e vivesse para Deus. Santo Agostinho, num belo escrito afirma que “a morte não é nada”! Segundo ele, aquele que morre, apenas passa para o outro lado do caminho. Santa Tereza de Ávila afirma: “Vivo sem viver em mim; em tão alta vida espero, que morro porque não morro”. Santa Terezinha afirma: “morro de amor”. São Francisco de Assis chama a morte de irmã. São Paulo afirma: “O meu desejo é partir para estar com Cristo” (Fl 1,23).

Todos esses santos e santas desejaram a morte porque tinham a profunda convicção de que Cristo destruiu a morte. A fé deles dava a certeza de que após esta vida, o que espera aqueles que viveram uma vida de amor e doação é o Senhor de braços abertos. Também nós, nesta Páscoa, somos chamados a professar com convicção: “Creio na ressurreição da carne”, pois “Cristo vive e reina para sempre”!

Feliz Páscoa!

Fonte: Diocese de Paranavaí
Autor: Pe. Maycon Renan - Amaporã

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