22 AGO 2020

Acolher e proteger a mãe e o bebê: o trabalho da Igreja junto às casas pró-vida

A Igreja, mãe e mestra, também é especialista no intercâmbio de cuidado. A Campanha da Fraternidade deste ano ressaltou esta missão e vocação para salvaguardar e promover o dom da vida. No Brasil inteiro, centenas de casas pró-vida dão o exemplo deste cuidado, trabalhando para salvar gestantes em situação de vulnerabilidade e bebês que correm o risco de serem abortados.

“Muitas vezes, a gravidez chega num momento não esperado ou planejado pelo casal ou às vezes até em condições ainda piores, quando é o caso de uma relação forçada, mas, mesmo nesses casos extremos, a vida que está sendo gestada no ventre da mãe merece respeito porque toda vida é dom de Deus”, afirma o casal coordenador da Pastoral Familiar, Luiz e Kátia Stolf, que participam da Comissão de Promoção e Defesa da Vida na diocese de Joinville (SC).

Vulnerabilidade

As casas pró-vida acolhem gestantes em situação de vulnerabilidade social, muitas delas, de acordo com Luiz e Kátia, são pressionadas pelo pai, pela família e a própria sociedade para que abortem e, “como dizem, ‘resolva o problema’”.

A Igreja oferece em algumas paróquias acompanhamentos para orientar as mães de como proceder diante dessa situação de dúvida e desespero e, quando houver a disposição, essas mães podem ser encaminhadas para casas especializadas no acolhimento de mães gestantes em situação de vulnerabilidade social, são as chamadas casas pró-vida.

Luiz e Kátia também explicam que a Igreja tem normalmente grande proximidade e articulação com as casas pró-vida, onde sua participação se torna muito importante no sentido de levar conforto espiritual e ministrar os sacramentos, quando necessário.

Espaço de acolhida

As casas pró-vida, muitas delas ligadas à Igreja e administradas por fiéis leigos ou congregações religiosas, também lidam com casos de mães que sofreram com o estupro e que puderam evitar o aborto. Em visitas a estas casas, o bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comssão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB, dom Ricardo Hoepers, pôde ver as crianças que sobreviveram a partir do caminho de superação de suas mães: “Eu as conheci, conheci as mães, conheci suas histórias e no brilho de seus olhos a alegria de superarem o trauma do abuso com suas crianças no colo. São crianças que não podem ser culpadas pelo mal que não fizeram”.

Em outros casos, quando não é possível para a mãe continuar com a criança, o que segue é normalmente a adoção do bebê, já com trâmites jurídicos bem definidos. “As casas pró-vida têm toda uma equipe multidisciplinar com profissionais da saúde e outros que dão todo apoio necessário às famílias que decidem não abortar”, conta dom Ricardo.

Modalidades de atendimento

Luiz e Kátia Stolf contam que as casas pró-vida que acolhem as gestantes normalmente trabalham no regime de internato ou de acolhida durante o dia. “As casas pró-vida que acolhem pelo regime de internato dispõem de espaços para acolher as mães com privacidade e devido conforto, onde recebem atendimento e acompanhamento com psicólogos e assistente social. Já nas casas onde não há o regime de internato, mas o acolhimento durante o dia, as mães frequentam a casa durante todo o período de gestação onde elas aprendem a fazer trabalhos manuais, como preparar o próprio enxoval do bebê, recebem formação sobre empreendedorismo, culinária e outras atividades”, explicam.

Nos dois modos de atendimento/acolhimento, as mães são acompanhadas e levadas a realizar todos os exames necessários como o pré-natal. Quando é chegado o momento do parto, a mãe é acompanhada até a maternidade. Após o parto elas continuam sendo acompanhadas e assistidas juntamente com o filho durante vários meses.

Fonte: CNBB/Foto: CNPF
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