Carta de próprio punho do Papa Francisco
Nunca na vida tinha pensado que um dia receberia uma carta de um Papa! Mas recebi e a alegria foi imensa! Até agora, dias depois, ainda sinto meu coração maravilhado.
A ideia de escrever ao Papa veio durante o retiro de 8 dias que fiz na Vila Kostka (Itaici – SP), que fiz de 2 a 10 de janeiro desse ano. Esse retiro era exclusivo para bispos. Éramos 19 de várias partes do Brasil, dentre os quais estava também Dom Geremias Steinmetz, que foi bispo aqui em Paranavaí.
Foram dias de total silêncio e oração num local em que a natureza convida a rezar. Ali, no meio das árvores, cada um individualmente, rezava mais de 6 horas ao dia, somente com a Bíblia na mão, meditando as parábolas de Jesus e revivendo o encantamento por Deus que esse tipo de oração proporciona.
De repente, no meio da oração, veio-me a ideia de escrever para o Papa. Escrever para o Papa? Sim! Para contar a ele as maravilhas que a Ação Evangelizadora cada comunidade uma nova vocação está realizando. Essa ideia não me deixou mais!
No último dia do retiro, durante o almoço, quando já tinha terminado o tempo do silencio, fiquei sabendo que um dos padres jesuítas, que mora naquela casa de retiros, é amigo do Papa Francisco há muitos anos. Encostei-me ao lado daquele padre na mesa e comi rápido. Enquanto isso ele me contava algumas histórias, admirado por eu ser um bispo tão jovem. Depois foi a minha vez de falar. Contei a ele de como nasceu a ação evangelizadora das vocações, como está se espalhando pelo Brasil e produzindo frutos. Depois acrescentei: eu queria muito contar essas coisas bonitas ao Papa Francisco! Aí, imediatamente ele me disse: eu escrevo um email para o Papa uma vez ao mês. E já faz um mês da última vez que escrevi. Então perguntei a ele, com muito jeitinho, se ele aceitaria mandar junto no seu email uma carta minha para o Papa. Ele disse que sim, mas logo acrescentou: seja breve, pois o Papa tem muita coisa para ler...
Era tudo o que eu queria. Ao sair, peguei o endereço email desse padre e comecei a redigir a carta. Escrevi em italiano para ser um dom para o Papa, mesmo imaginando que ele deve entender o português. Assim, dia 17 de janeiro enviei a carta ao padre e ele deve ter mandado ao Papa no dia seguinte.
Nesse meio tempo eu já tinha saído do retiro em Itaici e viajado para Recife, para participar de um encontro internacional do Charis (Serviço internacional da Renovação Carismática Católica). De repente, no domingo de manhã, dia 19 de janeiro, liguei o celular e apareceu um email com o remetente San Pietro, Vaticano – Papa Francisco. Nossa, as palpitações foram lá em cima, de imediato. Abri o arquivo PDF e vi uma carta escrita de próprio punho do Papa Francisco. Degustei cada uma daquelas palavras! Eu custava acreditar que aquilo era verdade!
Seja nas palavras como também na resposta imediata, o Papa deixava transparecer o seu jeito de ser: simples, direto, humilde, muito delicado. Ele afirmou que gosta muito daquele trabalho pelas vocações e agradeceu por tudo aquilo que faço. Disse ainda: Deus permitindo nos veremos em fevereiro, na visita ad limina. De fato, dia 24 de fevereiro todos dos bispos do Paraná nos encontraremos com ele. Naquela ocasião quero dar um abraço a ele com gratidão!
Tradução da carta do Papa Francisco:
Dom Mário Spaki
Caro irmão,
Obrigado pela sua carta enviada a mim pelo Pe. González.
Gosto muito deste trabalho pelas vocações! Obrigado por aquilo que você faz. Deus permitindo nos veremos em fevereiro, na visita ad limina.
Por favor, reze por mim e eu rezo por você.
Que Deus lhe abençoe e Nossa Senhora lhe proteja.
Fraternalmente,
Francisco