15 FEV 2017

O DOM DA VOCAÇÃO PRESBITERAL

No dia 08 de Dezembro de 2016 foram publicadas pela Congregação para o Clero as novas Orientações Fundamentais para a Formação Sacerdotal.

O nome do documento é O DOM DA VOCAÇÃO PRESBITERAL. Inicialmente chamam atenção as palavras do primeiro parágrafo para se compreender a sua importância: “O dom da vocação ao Presbiterado, conferido por Deus no coração de alguns homens, exige da Igreja propor-lhes um sério caminho de formação”. Assim recorda o Papa Francisco: “Trata-se de conservar e desenvolver as vocações para que produzam frutos maduros. Elas constituem um ‘diamante bruto’, que deve ser trabalhado com habilidade, respeito pela consciência das pessoas e paciência, para que resplandeçam no meio do Povo de Deus” (n. 1).

A Igreja tem sempre manifestado grande preocupação com a formação dos seus presbíteros. Esta também deve ser a “pupila dos olhos do bispo” nas dioceses.

Da boa formação dos presbíteros depende em grande parte a eficácia da pastoral numa diocese. O caminho formativo dos sacerdotes desde os anos do Seminário é descrito neste novo documento com quatro características distintas. Ela é única, integral, comunitária e missionária.

É única porque a formação dos presbíteros é a continuação de um único caminho de discipulado, que se inicia com o batismo, se aperfeiçoa com os sacramentos da Iniciação Cristã, para ser depois acolhido no centro da própria vida no momento da entrada no Seminário, e continua por toda a vida. Ela deve ser entendida sob um prisma integral, levando em consideração as quatro dimensões propostas na Pastores dabo vobis, que juntas, compõem e estruturam a vida do seminarista e do presbítero, tornando-o capaz de realizar o dom de si para a Igreja, que é o conteúdo da caridade pastoral. Estas dimensões são: a Humano-Afetiva; a Intelectual; a Espiritual e a Sacerdotal.

Outra característica é que a formação deve ser comunitária, logo a partir da sua origem. A vocação ao sacerdócio é um dom que Deus concede à Igreja e ao mundo, uma via para santificar-se e santificar os outros que não se percorre de maneira individualista, mas sempre havendo como referência uma porção concreta do Povo de Deus. Esta vocação deve ser acolhida no interior de uma comunidade eclesial e forma- se no Seminário no contexto de uma comunidade educadora. Uma vez que o “Discípulo-Sacerdote” sai da comunidade cristã e a essa retorna e a essa retorna para servi-la e guiá-la como pastor, a formação se caracteriza naturalmente como missionária.

Assim participa da única missão confiada por Cristo à Sua Igreja, isto é, a evangelização em todas as formas.

Percebe-se que o objetivo é que os seminários formem cada vez mais discípulos missionários “apaixonados” pelo Mestre, pastores “com cheiro das ovelhas” que vivam no meio da comunidade para servir e conduzi-la à misericórdia de Deus. Por isso, é importante cultivar que o padre continua sempre como um “discípulo à caminho” em busca de uma contínua “configuração a Cristo”. Este documento se notabiliza por usar expressões como: etapa do discipulado, etapa da configuração a Cristo. Oferece ainda mais possibilidade de avaliação de um candidato ao ministério sacerdotal.

Na nossa diocese de Paranavaí, estamos em fase de conclusão do Seminário de Filosofia. Está sendo construído em Alto Paraná para facilitar o acesso à universidade em Maringá. É um passo importante que estamos dando na valorização da formação dos futuros padres. Os seminaristas poderão, desde cedo, ter mais acesso aos trabalhos da diocese, sentir-se protagonistas do trabalho de evangelização. O contato mais direto com as comunidades da diocese deverá ajudar a formar padres que possam perceber os grandes problemas da evangelização e buscar se preparar para dar respostas adequadas às necessidades do nosso povo. Vamos continuar rezando pelas vocações sacerdotais e religiosas e envidar os esforços necessários por uma formação de acordo com o que nos pede a Igreja e os desafios do discipulado de Nosso Senhor Jesus Cristo.

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