12 MAI 2015

A 53ª Assembléia geral da CNBB

Mais uma vez tive a graça de participar da Assembleia Nacional dos Bispos. Foi a minha quinta participação. Como sempre me chamou atenção a fraternidade, a acolhida mútua, a alegria e amizade que reinam entre os bispos que se reúnem uma vez por ano para refletir sobre problemas da nossa pastoral, sobre encaminhamentos que precisam ser feitos e, acima de tudo, para partilhar as muitas experiências positivas e negativas que acontecem de norte a sul de nosso país.

Neste ano nos debruçamos, em primeiro lugar, sobre o tema das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora de 2015 a 2019. Tínhamos optado no ano passado por não fazer novas diretrizes, mas por adaptar as anteriores aos discursos do Papa Francisco aos bispos do Brasil e do CELAM, em julho de 2013 e, ainda, à Exortação Apostólica Evangelii Gaudium. No nosso entender esses dois discursos e a Exortação manifestam um programa pastoral do Papa Francisco para a nossa realidade. Além das Diretrizes estudamos o Documento sobre o laicato, que deverá ser publicado como Documento de Estudo para ser aprofundado e retomado na próxima assembleia. Foram dados os primeiros passos de um estudo sobre o dízimo. Mais uma vez é preciso que se reflita sobre ele como forma bíblica de sustentação da Igreja e das suas atividades. Além de uma publicação para estudo, está sendo preparado um Seminário Nacional sobre o dízimo, que acontecerá em novembro de 2015 e deverá ter a participação de todas as dioceses e prelazias do país. A situação do dízimo no país é muito diversificada. Enquanto temos dioceses que, praticamente, vivem com o dízimo, outras nem começaram o trabalho de conscientização, reflexão e sua implantação.

Foram publicadas diversas notas e mensagens da Assembleia para a sociedade brasileira: mais uma reflexão da série Pensando o Brasil, que tratou sobre o problema da desigualdade; nota sobre os 50 anos da Restauração do Diaconato Permanente na Igreja; mensagem para as pessoas de Vida Consagrada; nota sobre os cristãos perseguidos em vários países; nota sobre os 100 anos do genocídio armênio, etc. Chamou atenção a nota sobre o Momento Nacional. Diz a nota: “A credibilidade política, perdida por causa da corrupção e da prática interesseira com que grande parte dos políticos exerce seu mandato, não pode ser recuperada ao preço da aprovação de leis que retiram direitos dos mais vulneráveis. Lamentamos que no Congresso se formem bancadas que reforçam o corporativismo para defender interesses de segmentos que se opõem aos direitos e conquistas sociais já adquiridos pelos mais pobres”. Assim, mais uma vez, a CNBB mostrou estar atenta à situação do nosso povo, especialmente dos mais pobres.

Durante a assembléia foi realizada uma celebração em que foi lembrado o primeiro cinquentenário de conclusão do Concílio Vaticano II, em 1965. Este que foi definido como “o evento mais importante da Igreja no século XX e a bússola que deverá guiar a Igreja nos caminhos do século XXI” (João Paulo II). Muitas outras coisas, fatos e trabalhos marcaram esta Assembléia Geral da CNBB. Que Deus abençoe a nova presidência e todos os que vão dedicar mais tempo de suas vidas para o seu bom andamento.

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