12 NOV 2015

JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO

    No dia 22 de novembro, último domingo do Tempo Comum, a Igreja celebra a Solenidade do Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Esta festa foi instituída pelo Papa Pio XI, com a  encíclica Quas primas, em 1925. Na intenção do Papa e na mentalidade da época, a festa revestia-se de um caráter fundamentalmente social. A Reforma Litúrgica mudou a data do último domingo de outubro para o último domingo do Tempo Comum.

Desse modo, deu à celebração um significado diferente, sublinhando a dimensão escatológica do reino na sua consumação final. Assim, Cristo aparece como centro e Senhor da história, desde o início até o seu momento final, “o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim” (Ap 22,12-13). Neste ano de 2015, na Liturgia celebramos o Ano B, o reino de Cristo é apresentado em sua transcendência e, ao mesmo tempo, em sua ação de libertação do homem. O Evangelho (Jo 18,33-37) traz o colóquio entre Cristo e Pilatos.

Diante do procurador romano, Jesus afirma que é rei; contudo ele esclarece que o seu reino não é deste mundo. Ele é rei para dar testemunho da verdade.

Desse modo dá aos homens a verdade que liberta, porque os ama e os purifica dos pecados com o seu sangue; faz deles um reino de sacerdotes para Deus e pai (Ap 1,5-8). Portanto, o sacerdócio régio de Cristo é serviço de amor ao Pai e à humanidade, e é princípio da verdadeira liberdade do homem. O homem do reino de Cristo é o homem novo do culto em espírito e verdade.

Este sentido da Festa de Cristo Rei tem muito a dizer à nossa evangelização e à missionariedade de hoje que precisa ter em vista “todo homem e o homem todo”. O Papa Francisco na Evangelii Gaudium mostra que chegamos a ser plenamente humanos, quando somos mais do que humanos, quando permitimos a Deus que nos conduza para além de nós mesmos a fim de alcançarmos o nosso ser mais verdadeiro. Aqui está a fonte da ação evangelizadora. Porque, se alguém acolheu este amor que lhe devolve o sentido da vida, como é que pode conter o desejo de o comunicar aos outros? Em outro momento o Papa mostra o sonho de ver o Evangelho espalhado em todos os corações: “Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à autopreservação. A reforma das estruturas, que a conversão pastoral exige só se pode entender neste sentido: fazer com que todas elas se tornem mais missionárias, que a pastoral ordinária em todas as suas instâncias seja mais comunicativa e aberta, que coloque os agentes pastorais em atitude constante de ‘saída’ e, assim, favoreça a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus

oferece a sua amizade”.

Que belo sentido da Festa de Cristo Rei: unir cada vez mais a nossa ação evangelizadora e a nossa atuação social para que, enfim, possam aparecer o homem e a mulher orientados de acordo com o Mistério de Jesus Cristo, Senhor do Universo. E o nosso trabalho de Igreja continue até que o Cristo seja formado em vós (Gal 4,19).

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