23 JAN 2017

TRABALHO, CAFÉ E UMA QUERIDA CUIA DE CHIMARRÃO

Dom Geremias Steinmetz, bispo diocesano de Paranavaí, nos concedeu uma entrevista para falar sobre os resultados de 2016 e sobre os planejamentos da Diocese para 2017. As questões politicas e econômicas discutidas pelos bispos na CNBB são assuntos dessa entrevista junto aos assuntos trabalhados e discutidos na diocese. Como sempre, muito atarefado, apesar das férias coletivas, Dom Geremias está sempre envolvido nos estudos, nos trabalhos, nos afazeres diários e já com o planejamento pronto das atividades de 2017.

“No ano que se passou a proposta evangelizadora, por exemplo, foi planejada e cumprida junto com os padres que acolhem, confortam e direcionam toda a sua paróquia em busca do amor ao próximo. No primeiro semestre, fui pessoalmente a cada paróquia para falar às lideranças, catequistas, ministros, coordenadores e todos que quisessem participar sobre o Plano Diocesano da Ação Evangelizadora de 2016 a 2019. Percorri 35 paróquias, trabalho, café e de vez em quando minha querida cuia de chimarrão eram os meus companheiros de viagem”. (risos)Image title

De acordo com Dom Geremias, o ano de 2016 foi rico e o trabalho com os crismados foi uma questão importante. A linguagem utilizada para falar com o jovem deve ser sempre trabalhada, afinal de contas o mundo tecnológico avança e com ele vem toda a transformação.

“Existe o mito de que o jovem desaparece da Igreja e isso não acontece sempre. Há Paróquias em que mais de 50% dos jovens crismados continuam participando da comunidade e da Igreja. No ano que passou, tínhamos turmas de até 100 jovens e todas as paróquias foram atendidas. Devemos ficar atentos com as mudanças e com a linguagem utilizada por eles para que os jovens façam parte da Igreja e continuem vivendo o seu discipulado e participando da comunidade”. Steinmetz também ressaltou a construção do Seminário de Filosofia em Alto Paraná, que estará pronto em fevereiro de 2017. Com a conclusão da obra, os seminaristas da região irão a Maringá para estudar na PUC. A formação seminarística será em Alto Paraná.

“Vamos educar nossos filhos mais perto de casa. E eles conhecerão melhor a situação Pastoral de nossa diocese”.

Quanto às crises políticas e econômicas que vivemos nesses últimos anos, Steinmetz se posicionou de forma esperançosa e crente no futuro do Brasil.

“Dom Paulo Evaristo Arns, que faleceu no final do ano passado e foi um grande expoente da Igreja católica no Brasil tinha como lema “De esperança em esperança” e nós caminhamos assim...

A Igreja conhece a crise, os problemas e em muitos deles  a Igreja se pronunciou no ano que passou, com relação à crise política, a crise econômica, com relação a PEC 241 e dessa forma não perdemos a esperança. Eu tenho a esperança que 2017 será melhor, mesmo porque nós vamos aprendendo a viver com a crise e se adaptando. Afora as questões de corrupção, eu tenho muita confiança no Brasil, nas qualidades do povo brasileiro que são de se adaptar e se readaptar, de se refazer e se reinventar em todas as situações”.

Dom Geremias é membro da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em cujo conselho permanente participa representando o Paraná e afirmou: Um dos trabalhos da CNBB tem sido no sentido de estimular a comunidade a se posicionar contra a roubalheira em diferentes âmbitos do setor público, e já nos adiantou que a educação é o tema que será trabalhado pelos bispos em 2017. “Existem especialistas que ajudam na leitura da realidade do país e nas discussões sobre saúde, educação, economia e política, entre outros tópicos.

A CNBB, por exemplo, publica ao menos uma vez por ano, uma coleção chamada Pensando o Brasil, onde falamos sobre todas essas questões. Em 2017, a partir da próxima Assembleia dos bispos, vamos trabalhar a questão da educação e assim estabelecer um diálogo com o mundo da política, com o senado, com os deputados, de forma objetiva e clara para que seja levada em frente. Paulo Freire (educador, pedagogo e filósofo brasileiro) já dizia: Se eu quero dialogar com alguém, eu preciso saber o que eu quero.”

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